Atividade Acadêmica

Programa de Educação Tutorial Institucional do Curso de Zootecnia abordou em oficina o machismo na área

Mesmo com os avanços no campo, desafios ainda persistem
Publicado em 15/03/2024 12:00 Atualizado em 15/03/2024 12:22
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Pessoas reunidas em um auditório participando de uma palestra
Pessoas reunidas em um auditório participando de uma palestra
Crédito: Ana Carolina Portela Silveira

Na última terça-feira, 12, o IFTM Campus Uberaba promoveu uma oficina sobre a questão do machismo no campo da Zootecnia. Organizada pelo Programa de Educação Tutorial Institucional, o ZooPETnia, a iniciativa buscou debater e conscientizar sobre as questões de gênero que permeiam a área.

Ministrada pela professora Luna Marquez Ferolla, do Núcleo de Estudos de Diversidade de Sexualidade e Gênero (NEDSEG), a oficina abordou diversos aspectos relacionados ao machismo dentro do campo da Zootecnia, incluindo desigualdades de gênero no mercado de trabalho, estereótipos presentes na profissão, e formas de combater o machismo dentro e fora das instituições de ensino.

“O machismo estrutural afeta a todos nós, individualmente, independente do gênero, tanto ao reproduzirmos comportamentos e falas machistas, quanto por sofrermos com as diversas mazelas desse sistema. É muito gratificante poder construir coletivamente uma mentalidade consciente e crítica, em que todos entendemos nosso papel ativo como feministas, lutando em conjunto por uma sociedade com mais igualdade e respeito. O Pet do curso de zootecnia do IFTM Campus Uberaba proporcionou a mim e a todos os estudantes essa oportunidade de desenvolvimento pessoal rumo a nossos objetivos comuns, por meio dessa rica oficina no mês da mulher”, refletiu Luna.

Segundo a tutora do ZooPETnia, a professora Ana Carolina Portela Silveira, “os petianos trouxeram esse tema para discussão, pois pesquisas mostram que ainda há muita desigualdade entre homens e mulheres na zootecnia e agronegócio, em geral. Alguns dados assustam, tal como o fato de, em 2017, 44% dos zootecnistas recém-formados serem mulheres, mas elas representarem 77% do total de egressos desempregados”, explicou.

“As mulheres enfrentam desigualdade de oportunidades, estereótipos de gênero, assédio e discriminação e falta de representatividade. Neste sentido, entendemos a necessidade de falar abertamente com os estudantes sobre o assunto para entender como essa nova geração de profissionais pensa e o que esperam do futuro neste sentido. Ficamos muito felizes com os relatos dos alunos, que mostraram estarem buscando cada vez mais práticas que promovam a igualdade de gênero, proporcionem oportunidades equitativas e eliminem comportamentos discriminatórios. Isso inclui a conscientização, a educação sobre diversidade e a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo. A diversidade de perspectivas e experiências é fundamental para o progresso e a inovação em qualquer campo, incluindo a zootecnia”, explicou Portela.

A petiana Thaynara Cristina Benedito de Florentino relatou que “Como comissão organizadora deste evento, quero expressar minha gratidão a todos os participantes por tornarem possível uma discussão tão importante sobre o machismo na Zootecnia. Sem dúvidas, a professora Luna foi a melhor escolha que fizemos para debater sobre o assunto, trazendo-o de uma forma mais leve e dinâmica. Foi incrível ver as pessoas engajadas em debater e refletir sobre esse tema que é pouco falado no nosso curso. As trocas de experiências e perspectivas foram enriquecedoras e nos ajudaram a compreender melhor os desafios enfrentados pelas mulheres, não só na zootecnia. É fundamental enfrentar de maneira direta e honesta essa realidade, a mudança não acontecerá da noite para o dia, mas com comprometimento e ação coletiva, podemos construir uma Zootecnia justa”.

Já o estudante Mauricio Gonçalves Cintra Júnior destacou que o é preciso ficar atento aos pequenos e velhos hábitos enraizados na sociedade e trazidos pelos antepassados. “Não nos tocamos como isso pode influenciar o nosso cotidiano. Além disso, nos fez perceber que os comportamentos  e ações machistas vão muito além de pequenas práticas, trazidas até de dentro de casa para o meio profissional e não compactuam com a ética igualitária e o respeito social, uma vez que afasta ainda mais toda a sociedade e, principalmente, a área do meio rural, de uma equidade entre homens e mulheres”.

A iniciativa recebeu uma resposta positiva por parte dos participantes, que elogiaram a oportunidade de discutir um tema tão relevante e atual dentro do contexto da zootecnia. Muitos ressaltaram a importância de continuar promovendo atividades como essa, que contribuem não apenas para a formação acadêmica, mas também para o desenvolvimento de uma consciência crítica e engajada em relação às questões de gênero e diversidade.

 

Sobre o ZooPETnia – O ZooPETnia tem em o objetivo de propiciar aos estudantes do curso de Zootecnia do IFTM Campus Uberaba, condições para a realização de atividades extracurriculares de ensino, pesquisa e extensão de forma integrada, que complementem a formação acadêmica por meio de atividades planejadas a fim de atender quatro dimensões: a) formação dos petianos; b) atendimento à comunidade acadêmica; c) atendimento à comunidade externa e d) ações culturais e sociais.

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